13 DE SETEMBRO
2011
Por< Neca Machado
Então rebusco o passado
Nessa noite enluarada (12.09.2011)
E meio decepcionada
Da minha simples sacada
Far-te-ei este penar...
Foram se nesses 68 anos de historia
Minhas estórias infantis, e tantas outras sutis...
Dentre elas, minha saga, o velho POÇO DO MATO.
Com heliconias viris
Servindo de alimento
Aos belos peixes nativos
Dos campos fartos do Laguinho.
Dizia o nobre poeta (Alexandre Vaz Tavares...)
“dorme cidade e em teu sono, sonha os fulgores de outrora...)
E EU em plena aurora, acordada
Despeço-me de meus sonhos
De uma Macapá de encantos,
Hoje, 13.09.2011
Vejo seus desencantos.
Corruptores insanos, a destronaram
Em uma Veneza irreal.
Ainda tenho por dádiva
Cantos de Sabias ao amanhecer
O cheiro de mato orvalhado
Presente na minha janela
E na lembrança poética
O cordel do poeta Hodias Araujo
Soando como saudade.
Macapá da velha Doca
De canoas, e de suas Mulheres
Entrelaçadas nas marés
Do singular Igarapé.
NÃO TEM MAIS...
Xareu em abundancia, nem Mapará, nem jiju.
Nem a Suerda sedutora,
Nem a cinco mil.
Nem as gapuias, nem a garapa do Bil.
O Morcego não toca mais
O Mestre Oscar se foi
Sacaca se encantou
Edvar Mota, saudade deixou.
No Merengue o rodopio
Das lembranças em setembro
Nem lembram as novas gerações
Da boate Pacaembu,
Dos passos do Falconery
Do açaí do Ramiro
Das mãos abençoadas
Da MARIA Cunhã.
13 de setembro
68 anos de descaso
Com memória e com historia
Tamuatá nem é especial
O Rio Amazonas virou fossa
O POÇO DO MATO SECOU.
No canto da Coaracy
Só venda de camarão
Nem tem mais o Zé Criolo no pobre do violão
Nem a Bela Crioula do Hotel
Nem existe mais o CCA
O IETA, O GM
E a velha CEA
Daqui a pouco pra onde irá¿
“Outrora quando ascendia (A.V.T)”
Há outrora Macapá...
68 anos de historia
Saudade para lembrar.
Que bom que ainda tenho
Saudade para lembrar...
Não fosse minha alma guerreira
Sentiria-me vencida
Mas sou Negra aguerrida
Capaz de suportar.